23.12.05

Nos Jornais- "Metro do Porto prossegue obras de requalificação nos Aliados"

No Público - por Nuno Corvacho: «Providência cautelar interposta por associações não faz suspender trabalhos. Metro recusou pedido de consulta do processo, feito pelos ambientalistas da Campo Aberto, e defende legalidade da obra

Os trabalhos da Metro do Porto na Avenida dos Aliados prosseguiam ontem sem aparentes constrangimentos, apesar da providência cautelar apresentada por um grupo de associações cívicas no sentido da suspensão das obras. Nesta altura, já praticamente nada resta da velha faixa central ajardinada da avenida, existindo, em seu lugar, uma área de terra revolvida, cercada por uma vedação; na parte norte dos Aliados, entre o edifício da câmara e a Rua de Magalhães Lemos, o terreno foi já aplanado. Tudo isto para que, dentro de poucos meses, possa nascer no local mais emblemático da cidade do Porto o novo arranjo urbanístico concebido pelos arquitectos Siza Vieira e Souto Moura.
Face à providência cautelar, a Metro do Porto optou, para já, pelo silêncio, não havendo sinais de que a obra venha a ser interrompida. As associações cívicas contestam esta atitude, já que entendem que a empresa, a partir do momento em que foi citada pelo tribunal (e isso aconteceu no passado dia 16), devia ter suspendido de imediato os trabalhos. E não desistem de ver parada uma intervenção que, consideram, mais não vai do que descaracterizar um espaço nobre da cidade.
Entretanto, a Metro do Porto recusou um pedido da associação Campo Aberto (uma das subscritoras da providência cautelar) de consulta aos documentos administrativos respeitantes à requalificação da avenida. De acordo com uma missiva-resposta enviada pela Metro do Porto, e à qual o PÚBLICO teve acesso, o procedimento relativo à Avenida dos Aliados não foi ainda concluído, pelo que neste caso se abre uma excepção ao princípio da transparência dos arquivos e registos administrativos. A empresa continua a invocar em sua defesa a avaliação de impacte ambiental realizada para a globalidade do sistema de metro ligeiro e o facto de a actual intervenção estar apoiada num parecer positivo do Instituto Português do Património Arquitectónico . »