Nos Jornais- "A memória dos lugares"
No Público - edição impressa Local- Porto
«Não foi pela quantidade de pessoas que se juntaram (não mais do que 30), nem pela presença de notáveis como o cantor Rui Reininho ou o arquitecto Fernando Lanhas. A manifestação de protesto contra a intervenção no conjunto urbano composto pela Avenida dos Aliados e pela Praça da Liberdade ficou na retina pelo facto de ter mostrado que ainda há gente que se mobiliza por causas.
Como o próprio Presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, foi obrigado a reconhecer, nenhum dos manifestantes ganhou um tostão por estar ali. E nenhum tinha interesses particulares a defender. Fizeram-no pela ideia de defesa de um património colectivo. Porque acham que, por mais prestigiantes que sejam os nomes dos arquitectos responsáveis pela intervenção proposta (Siza Vieira e Souto Moura), não têm o direito de transfigurar radicalmente um património que está inscrito na memória dos portuenses, sem que os mesmos portuenses tenham sido consultados. Os mesmos, afinal, que, juntamente com a calçada à portuguesa e os canteiros centrais, ajudaram a escrever a história da cidade. N.F.»
«Não foi pela quantidade de pessoas que se juntaram (não mais do que 30), nem pela presença de notáveis como o cantor Rui Reininho ou o arquitecto Fernando Lanhas. A manifestação de protesto contra a intervenção no conjunto urbano composto pela Avenida dos Aliados e pela Praça da Liberdade ficou na retina pelo facto de ter mostrado que ainda há gente que se mobiliza por causas.
Como o próprio Presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, foi obrigado a reconhecer, nenhum dos manifestantes ganhou um tostão por estar ali. E nenhum tinha interesses particulares a defender. Fizeram-no pela ideia de defesa de um património colectivo. Porque acham que, por mais prestigiantes que sejam os nomes dos arquitectos responsáveis pela intervenção proposta (Siza Vieira e Souto Moura), não têm o direito de transfigurar radicalmente um património que está inscrito na memória dos portuenses, sem que os mesmos portuenses tenham sido consultados. Os mesmos, afinal, que, juntamente com a calçada à portuguesa e os canteiros centrais, ajudaram a escrever a história da cidade. N.F.»
6 Comments:
tenho lido mt sobre este assunto e quanto mais leio e penso tenho a vontade enorme de juntar todos o portuenses que ñ apoiam esta causa(a maioria por sinal)e revoltar-nos contra a tremenda estupidez que vai ser feita.
tenho é algumas dúvidas se alguem me souber responder agradeço:
sera possivel haver outra manifestaçao?
e como se pede autorizaçao para?
sao algumas duvidas exestenciais de alguem que adoraria lutar por um porto melhor sem rui rio e com a avenida dos aliados «invicta.
«...juntar todos o portuenses que ñ apoiam esta causa(a maioria por sinal)...»
Estive a reler o seu comentário nomeadamente esta parte e gostava de esclarecer qual é a sua opinião:a a. rita considera que a maioria dos portueneses apoiam esta causa ou não a apoiam?
A minha opinião é que a maioria dos portueneses apoiam esta causa e estão contra o facto de a pretexto do alargamento dos passeios NA PARTE SUPERIOR da avenida dos Aliados por causa das entradas para a estação do Metro , se avançar com um projecto "uniformizador" de 4.8 milhoes de euros que vai destruir o resto da Avenida e inclusivé a Praça da Liberdade (conjunto que estava em vias de classificação desde 1993!).
O facto das pessoas não se mobilizarem pelas causas não significam que estejam contra elas e repare que esta causa desde o início já mobilizou muita gente.
A minha opinião é que a maioria dos portuenses tem orgulho na sua cidade, compreende a importância de se valorizar o que a distuingue das outras e gostaria de ver a Avenida e a Praça, mais acarinhadas, conservadas, dinamizadas; gostaria de ver a zona (que destruiram e que já não usufruem há quase quatro anos)onde se fizeram as obras da estação, reposta dentro do possível e até melhorada; gostaria que na Avenida dos Aliados e na Praça os autocarros não estacionassem em fila, em compasso de espera, que houvesse menos trânsito e mais espaço pedonal; gostaria de ver mais limpeza, mais animação, mais apoio ao turismo! etc.
A minha opinião é que a maioria dos portuenses está contra esta maneira de se (re)fazer e modernizar a cidade: sim à marca da contemporaneidade mas não à sua imposição em zonas com o seu cariz próprio!
Como já aqui se explicou o que fizemos não foi bem uma manifestação (não se convocam manifestações com 4 dias de antecedência...), mas uma reunião, uma concentração para publicitarmos todos os passos entretanto já dados em defesa deste espaço e dos nossos direitos como cidadãos e protestarmos contra a falta de diálogo dos responsáveis da obra (ler comunicado à imprensa), e lamentarmos a morosidade das resposta por parte das entidades oficiais a que nos dirigimos; e fizemo-lo publica e simbolicamente no proprio local que querem descaracterizar.
Quanto às suas perguntas:
1-"sera possivel haver outra manifestaçao?" Claro que é possível (e até desejável)! Houve pessoas que até sugeriram que nos devíamos reunir no local todos os sábados para protestar!!!
2- "e como se pede autorizaçao ?" Basta pedir autorização ao Governo Civil: uma carta assinada por três pessoas imformando da data e do local e do objectivo do evento com pelo menos 48 horas de antecedência.
muito obrigado pelos escarecimentos,(e referia-me aos portuenses que não apoiam a destruição da avenida dos aliados).Saberam então notícias em breve pois também contamos com os leitores deste e de outros blogs para comparecerem numa manifestação próxima.
Lisboeta de todos os costados, queria apenas dizer a todos os que apoiam esta causa que ha Aliados a Sul, silenciosos que por vezes estejam.
Não sei porque continuam a afirmar que foram apenas 30 as pessoas que estiveram nesta reunião quando no próprio Publico- em notícia de última hora se escreveu que estiveram cerca de 200 pessoas, como se pode ler aqui:
«Última Hora - Local - Grande Porto 2005-11-12 - 17h08:00
Manifestação para contestar criação de pavimento em lajes de granito cinzento
Porto: duzentas pessoas em protesto contra requalificação da Avenida dos Aliados
Pelo menos duzentas pessoas protestaram hoje contra o projecto de requalificação da Avenida dos Aliados, no Porto, da autoria dos arquitectos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura, a cargo da Metro do Porto.
Organizada pelas associações ambientalistas Campo Aberto, APRIL e ARPPA e por grupos de cidadãos que intervêm na Internet através de blogues e grupos de discussão, em defesa da preservação da identidade do Porto, a manifestação decorreu na Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados para reclamar que o projecto não seja executado como está previsto.
Os manifestantes, entre estes o músico Rui Reininho, o geógrafo Rio Fernandes e o arquitecto Fernando Lanhas, opõem-se à eliminação dos canteiros e da calçada portuguesa, em calcário branco e preto, e à sua substituição por uma fonte e por um pavimento em lajes de granito cinzento.
Paulo Araújo, da Campo Aberto, considera que o objectivo do projecto foi demonstrar à Câmara e à Metro do Porto a indignação dos portuenses e exigir o respeito pela legislação, que obriga a abertura de uma discussão pública.
O ambientalista recordou que já quase sete mil pessoas subscreveram abaixo-assinados contra o projecto de requalificação da Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade. "Pode haver até quem goste, mas vai ficar pior, porque ficará uma praça pouco convidativa para que as pessoas lá circulem", defendeu Paulo Araújo, salientando que a praça central vai ficar mais pequena e o trânsito mais ruidoso, com a substituição do alcatrão pelo paralelepípedo.
Para os manifestantes, houve por parte dos dois conceituados arquitectos da chamada "Escola do Porto" uma "grande falta de humildade e uma tentativa de impor uma estética pessoal à cidade".
O ambientalista alertou para o facto de o granito reter muito mais o calor do que o calcário, o que fará com que, no Verão, as pessoas se afastem da praça, onde já não terão também a frescura da relva e das flores dos antigos canteiros.
O início das obras, a cargo da Metro do Porto, está previsto para os próximos dias, devendo prolongar-se por cinco meses e custar cerca de 4,8 milhões de euros.
Ao contrário do que Siza Vieira inicialmente projectou, a estátua equestre de D. Pedro IV vai manter-se na mesma posição, no centro da Praça da Liberdade, estando prevista a transferência da calçada portuguesa para a Rua Sampaio Bruno.»
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