30.9.05

Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade (1946)

Agradece-se a João Medina o envio destas fotografias que resultaram de uma pesquisa sua na Revista Civitas, publicação da CMP de 1946, cuja capa teve também o trabalho de digitalizar.
João Medina,"aliado" desde o início, comenta:
Nessa altura a Avenida dos Aliados era apresentada com orgulho como a sala de visitas do Porto.
Veja-se a ironia da legenda da 1ª fotografia em que se diz
"O município preocupa-se particularmente com a sua parte ajardinada, procurando mantê-la bem tratada".
Mudam-se os tempos... »






(Publicado também n' A Baixa do Porto )

29.9.05

"Foi você que pediu para destruir a nossa Avenida?"


28.9.05

Novos índices

Frase(s) # 14

«Creio que há ainda muitos portuenses mal informados, pois nem os jornais da cidade levaram o problema a sério, nem as televisões se incomodam muito com a matéria, pois é apenas mais um caso na província. (...)
.
Quando se arrasam os ex-libris de uma cidade, o que resta!?
.
Pode ser que daqui a quatro anos, nos chegue novo desdobrável com o antes e depois desta 'maravilhosa' obra...»

De: Teófilo M. - "Que dizer?" (n'A Baixa do Porto)

27.9.05

Foto antiga # 10

Avenida dos Aliados - estátua da Menina Nua em primeiro plano (postal de colecção particular)

Anteriores: Foto antiga # 1-Foto antiga # 2-Foto antiga # 3-Foto antiga # 4-Foto antiga # 5-Foto antiga # 6-Foto antiga # 7-Foto antiga # 8-Foto antiga # 9

Arquivado em ALIADOS- FOTOS

O que dizem os candidatos: Rui Sá # 2

Escrevi anteriormente que não pensava "que os candidatos fossem entrar (nestes blogues) em diálogo com os cidadãos", mas enganei-me, pelo menos em relação a Rui Sá. Eis a sua resposta ao meu comentário:
.
«Cara Manuela Ramos, De facto, as 22 Propostas para (Consolidar) a Política Ambiental na Cidade do Porto não referem a questão da Avenida dos Aliados. A razão é muito simples: este é um problema que ultrapassa, e muito, o âmbito ambiental. De facto, o projecto de requalificação da Av. dos Aliados e das Praças da Liberdade e Humberto Delgado, deve ser discutido, tal como o Mercado do Bolhão e o Centro Histórico, numa perspectiva de alteração dos principais símbolos do Porto, razão pela qual a sua discussão não deve cingir-se a uma questão ambiental. De qualquer modo, e como diz, na sessão da apresentação do projecto tive a oportunidade de manifestar as minhas discordâncias relativamente ao mesmo: se estou de acordo com a ideia de dar um tratamento de “homogeneização” a estas duas praças e avenida (transformando-a num espaço fisicamente comum), discordo completamente da sua mineralização, do seu escurecimento, do aumento do ruído provocado pelos paralelos colocados nas faixas de rodagem, na eliminação completa dos canteiros e placas ajardinadas centrais.
Na sessão promovida pelos grupos ambientalistas afirmei, também, que se for eleito Presidente da Câmara Municipal do Porto chamarei a mim o dossier para ver qual é o ponto da situação do mesmo e verificar se ainda é possível travá-lo. E face àquilo que encontrar, esclarecerei a Cidade.
Não posso, por último, lamentar que uma proposta de recomendação que apresentei em reunião de Câmara para que o projecto fosse apresentado e discutido pelo Executivo tenha sido chumbado porque um Vereador do PS foi atender um telefonema e que idêntica proposta apresentada pela CDU na Assembleia Municipal tenha sido reprovada porque dois deputados municipais do PS abandonaram a sessão, imediatamente antes da votação, durante um curto intervalo pedido pelo… PS! Um abraço do Rui Sá Posted by:Rui Sá at setembro 26, 2005 11:21 PM »

O que dizem os candidatos: Rui Sá # 1

26.9.05

O que dizem os candidatos: Rui Sá

Na parte final do debate do passado dia 23, no auditório do ISEP , aos candidatos à presidência da CMP presentes (BE e CDU) e ao eng. Diogo Alpendurada (que representava a coligação encabeçada por Rui Rio) foram colocadas algumas perguntas feitas pela assistência. A "requalificação" da Avenida dos Aliados/ Praça da Liberdade foi justamente, e como não poderia deixar de ser, o tema de algumas das perguntas. Tenciono transcrever na íntegra a resposta dos intervenientes na sessão. Foi utilizado um pequeno aparelho de gravação de amador(a) e por vezes não se entende bem o que é pronunciado, o que na transcrição é assinalado por [?]. Chama-se a atenção para o facto de se tratar de (uma transcrição de) um discurso oral com as características que lhe são inerentes.

O que dizem os candidatos: Rui Sá
«Mal o projecto foi apresentado, na sessão de apresentação fui o primeiro a dizer que o projecto não era o projecto ideal para aquele local. E estou à vontade. O arquitecto Siza Vieira, com muito orgulho meu, é ,digamos, apoiante da minha candidatura, mas o facto de o ser, e facto de ser o maior arquitecto português sem sombra de dúvidas, não quer dizer que tenhamos de estar todos de acordo do ponto de vista estético.
Na minha opinião, mineraliza aquela avenida e hoje mesmo, na carta de ruído, estivemos a ver que a Avenida dos Aliados/ Praça da Liberdade e Praça de Humberto Delgado é uma zona crítica do ponto de vista do ruído.
E com a substituição do asfalto pelo piso em paralelo ainda vai piorar; o que faz com que aquele aproveitamento previsto das zonas laterais, com a diminuição da placa central vai ser mais difícil porque é difícil nós estarmos ali em esplanadas em que o ruído é extremamente incomodativo. Nós andamos ali na ordem dos 60 a 70 décibeis!
Eu, na minha opinião tenho que ver qual é o ponto da situação. As informações que há é que o consurso foi adjudicado, portanto a Metro já adjudicou ao empreiteiro para fazer a obra e temos que ver se há ainda possibilidade... Se houver naturalmente defendo um projecto feito com [?].»
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Ver informações complementares em O que dizem os candidatos: Rui Sá # 2 (27.9.05)
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Anteriores:
O que dizem os candidatos: João Teixeira Lopes (26.9.05)
O que dizem os candidatos: Franscisco Assis (18.9.05)

Frase # 13

É óbvio que não vou ser demagógico ao ponto de dizer que o projecto, no ponto em que se está, iria, enfim ser demolido. É impossível! É a mesma questão do shopping do Bom Sucesso [...]. João Teixeira Lopes

Avenida dos Aliados- Setembro 2005
"No ponto em que se está?" João TeixeiraLopes saberá mesmo em que ponto se está?
Foi totalmente destruída, arrasada a primeira plataforma ajardinada da Avenida mas todo o resto se mantem inalterado! Descuidado (para nossa vergonha) pelos serviços de limpeza, entregue à bicharada, ocupado pelos mais desfavorecidos, circundado por autocarros e trânsito barulhento, mas continua lá inteiro (e ainda com canteiros floridos, sazonalmente renovados ;-)

O que dizem os candidatos: João Teixeira Lopes

Na parte final do debate do passado dia 23, no auditório do ISEP , aos candidatos à presidência da CMP presentes (BE e CDU) e ao eng. Diogo Alpendurada (que representava a coligação encabeçada por Rui Rio) foram colocadas algumas perguntas feitas pela assistência. A "requalificação" da Avenida dos Aliados/ Praça da Liberdade foi justamente, e como não poderia deixar de ser, o tema de algumas das perguntas.
Tenciono transcrever na íntegra a resposta dos intervenientes na sessão e começo por João Teixeira Lopes que também foi o primeiro a responder. Foi utilizado um pequeno aparelho de gravação de amador(a) e por vezes não se entende bem o que é pronunciado, o que na transcrição é assinalado por [?]. Chama-se a atenção para o facto de se tratar de (uma transcrição de) um discurso oral com as características que lhe são inerentes.

O que dizem os candidatos: João Teixeira Lopes
«As perguntas sobre os Aliados... é difícil, de modo que vou passar a elas precisamente por isso.
Eu não quero fazer juizos de valor estéticos sobre o projecto. Quero dizer todavia que é um exemplo pela negativa do que não deve ser um processo urbanístico, isto é, o facto de não ter havido qualquer tipo de participação cívica, cidadã, ou enfim só ter havido depois do facto consumado, tal como aliás durante o PDM é muitíssimo [?].
A Metro tomou aí uma decisão de puro autoritarismo que se liga a outras decisões que, como agora é sabido, estão agora a ser investigadas pela própria Procuradoria Geral da República.

O Metro do Porto tem sido utilizado para fins partidários. É absolutamente lamentável que assim seja mas é verdade. E neste caso da Avenida dos Aliados, a lógica de facto consumado, venceu a lógica da participação cidadã, cívica.
E eu não aceito também que utilizem os arquitectos-deuses como argumento final. Isto é, parece-me que tem de acabar esse estratagema de todas as câmaras, seja qual for a sua cor política, contratarem 3 ou 4 arquitectos, todos sabemos quem são, para a partir daí se criar uma espécie de divindade e de aura, enfim, aura transcendente que pura e simplesmente deve aplacar todas as críticas, deve aplacar todos os processos de discussão.Confesso que isso tem mesmo que acabar. Porque obviamente esses arquitectos também fazem o seu negócio e são cúmplices também da falta de participação que existe. E alguns deles tem um passado, designadmente o SAAl, que lhes deveria exigir que a participação nos seus projectos fosse essencial.
Por isso mesmo acho que é possível no projecto dos Aliados haver algumas alterações, designadamente ...
É óbvio que não vou ser demagógico ao ponto de dizer que o projecto, no ponto em que se está
, iria, enfim ser demolido. É impossível! É a mesma questão do shopping do Bom Sucesso: fazer implodir aquilo agora [?].
Não vou ser demagogo a ponto de dizer isso, não, não é possível.
Mas é possível reduzir [?] , designadamente no aumento da zona pedonal, designadamente na garantia que vai haver aproveitamento do espaço público, que não vai ser um espaço público como na Maia, que é fantasmagórico, que é meramente para o transeunte passar, que não tem recantos de sociabilidade absolutamente nenhuns, que é praça seca, praça morta...
E que por conseguinte haverá aí recantos de sociabilidade e haverá aí também maior arborização. Isso é possível fazer e defenderei que se faça.»

(publica-se logo que haja disponibilidade a transcrição do que disseram Rui Sá , e também Diogo Alpendurada)

25.9.05

FA (Francisco Assis) também tem um blogue - aliás desde Junho- e ainda não deixei lá nenhum comentário!
Porquê? Pelas razões que a seguir indico:
Nunca pensei que os candidatos fossem entrar (nestes blogues) em diálogo com os cidadãos e o primeiro comentário enviado para o blogue de RR (Rui Rio) foi uma maneira de publicitar estruturadamente o que está em causa com a "requalificação" da Avenida /Praça (o problema dos ALIADOS é o único que é abordado aqui, se bem que evidentemente, pessoalmente esteja preocupada com muitas outras coisas) e também apontar a falta de capacidade para o diálogo demonstrada pelo actual Presidente da Câmara.

O comentário para o blogue de RS (Rui Sá) já foi consequência das suas declarações no encontro/debate do ISEP, e também teve a ver com a ausência de referência ao problema ambiental/urbanístico da Avenida/Praça na enumeração das suas 22 Propostas para (Consolidar) a Política Ambiental na Cidade do Porto .

É esta falha nos candidatos da oposição- o não reconhecimento da descaracterização da chamada "Sala de visistas" da cidade do Porto como problema importante a ser debatido por moto próprio na Campanha-que é difícil de aceitar e que no fundo, quer queiram quer não, seja resultado de uma atitute calculada ou inconsciente, pode ser interpretada como uma aparente falta de consideração pelos mais de 6000 cidadãos do Porto que já se manifestaram contra o projecto, e, consequentemente pela Cidade. (e estou a medir bem as minhas palavras)

Nos temas versados no blogue de FA (Francisco Assis) também se verifica esta ausência, mas nunca senti necessidade de mandar para lá informação (até agora ;-). Como já referi aqui são muitos os apoiantes deste candidato que estão devidamente informados sobre o assunto (do ponto de vista da cidade e das diligências já feitas); e francamente já teria havido tempo e oportunidade até agora para uma posição pública inequívoca relativamente a este assunto que preocupa muita gente.
E ontem, também no debate/encontro, devido a lamentáveis mal-entendidos de que o público não teve a mínima responsabilidade, gorou-se a expectativa de possíveis esclarecimentos.

Esperemos que não faltem outras ocasiões para o efeito durante o tempo da campanha!
(Mais logo, quando tiver disponibilidade, talvez mande para o blogue de FA o índice temático dos ALIADOS, só para divulgar toda a informação reunida.)

RS (Rui Sá) tem um blogue e eu deixei lá um comentário* na entrada de 16 de Setembro: "22 Ppropostas para (Consolidar) a Política Ambiental na Cidade do Porto"

Entretanto foi actualizado mas ninguém (segundo o meu web counter) veio ter aqui aos Aliados através dos links que deixei. Nem tão pouco respondeu.

(*Comentário

Caro Rui Sá: É pena que nas medidas de âmbito ambiental aqui enumeradas não seja sequer abordado o problema ambiental /urbanístico criado pelo projecto de "requalificação" em curso na Avenida dos Aliados e da Praça da Liberdade. Terá tido o senhor oportunidade para se inteirar sobre o que diz o Estudo do Impacto Ambiental acerca dos jardins da Avenida? Ver por favor: http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/2005/09/o-que-diz-o-estudo-de-impacte.html

Estará consciente da complexidade dos problemas levantados por esta obra, as suas implicações disruptivas na vida quotidiana das pessoas que não se conformam com o projecto que estão a querer impor sobranceiramente à cidade. Sabemos que foi dos primeiros a se insurgir contra o projecto e contra o processo , mas como vê não foi suficente! Ontem no debate no ISEP as suas observações e críticas relativamente ao projecto incidiram, e muito bem, sobre a mineralização da avenida e sobre o acréscimo de ruído que os cubos de granito em vez do asfalto irão provocar.

Há todavia ainda outros aspectos muitíssimo importantes a considerar nomeadamente o que diz respeito ao valor patrimonial do conjunto. Por alguma razão "estava" em vias de classificação desde 1993. Como é possível que todo o processo tenha chegado a este ponto sem mais nenhuma intervenção por parte dos vereadores que representam os cidadãos do Porto, é algo que nunca pensamos ser possível.

Por favor consultem os ALIADOS. http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/ É necessário que se clarifique todo este imbróglio, para bem da cidade e da democracia. Não somos nós que podemos ser acusados de falta de vontade de dialogar. As nossas tentativas de comunicar com a autarquia tem sido ignoradas. (Espero que neste blogue apenas sejam escritos comentários construtivos). Melhores cumprimentos Posted by: Mnuela D.L Ramos at setembro 25, 2005 01:05 AM

22.9.05

Foto antiga # 9

Avenida dos Aliados -anos ? (postal de colecção particular)
O projecto, aqui, prevê uma fonte e árvores. Só que, dizem alguns entendidos, a placa de betão fica tão perto da superfície que não deixa profundidade de solo bastante para crescerem árvores com porte razoável.
RR (Rui Rio) tem um blogue e eu deixei lá um comentário*.

Adenda 1:
O comentário a que me referi foi lá deixado às 9.23. Fui lá ver às 10.40 e constatei que foi apagado! Tornei a enviar às 11. 32 (é o7º). Vamos a ver se apagam também desta vez.
Adenda 2 (23-09 , 7.07):
Apagaram mais duas vezes... e não foi só o meu; de vez em quando vou tornar a mandar.

Adenda 3 (24-09, 8.38):
Não voltaram a apagar os meus comentários. Nem sequer o repetido. Entretanto vão aparecendo, como seria de esperar, alguns disparates e considerações mesmo ofensivas. A pessoa que está a gerir esse blogue não entende muito do assunto e não sabe que esse tipo de comentários deve ser apagado.

(*Comentário
Ex. mº Sr Presidente, aproveito este meio para perguntar porque é que ainda não respondeu às cartas que lhe foram enviadas (a primeira em Maio!) e à petição/manifesto ( http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/2005/06/manifesto.html ) subscrito por milhares de pessoas de todos os grupos sócio-culturais e sensibilidades políticas (algumas da coligação PSD-CDS), como poderáconstatar aqui (
http://aliados-arquivo.blogspot.com/ ).
Nesse manifesto exprimimos o nosso profundo desgosto pela "requalificação" da Avenida dos Aliados e da Praça da Liberdade e apelamos de modo sentido e sério para que o projecto seja reconsiderado. Não nos conformamos com a descaracterização imposta à nossa cidade num dos seus lugares mais emblemáticos, com um projecto contemporâneo que não respeita minimamente a história da Praça/Avenida. Não somos conservadores no sentido prejorativo do termo: actualmente, obsoleta é a atitude dos que não têm consciência da importância de se salvaguardar a diferença e os valores patrimoniais.
Muito se pode fazer pela Avenida e pela Praça no sentido de a revitalizar e tornar mais convivial: a começar pela limpeza dos locais onde há bancos (
http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/2005/07/entregue-bicharada.html ) perto das suas belas estátuas (http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/2005/08/as-esttuas-da-avenida-dos-aliados.html ) .
Lamentamos profundamente a ausência de diálogo e a sua incapacidade de responder e ouvir todos os portuenses; mas vivemos num estado de direito democrático com leis que que salvaguardam justamente os valores da cidadania, do património e do ambiente e vimo-nos assim obrigados a recorrer a outras entidades (
http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/2005/07/av-dos-aliados-queixas-ao-governo.html ) e aos portuenses que em sede própria defendem os interesses do Porto. A referida petição será em breve discutida no Parlamento. Nãopodemos deixar que impunemente e sobranceiramente se arrase com um dos lugares mais característicos, mais emblemáticos da nossa cidade (http://dias-com-arvores.blogspot.com/2005/06/o-ltimo-vero.html ; http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/2005/07/uma-nova-baixa-anuncia-se.html );
Não pense sr. Presidente que isto é campanha eleitoral (eu, o que aqui para o caso pouco interessa, até votei no anterior mandato no Sr., o que evidentemente não irá acontecer desta vez). O facto de estarmos agora a falar com muitíssima tristeza e grande apreensão sobre este caso, deve-se à sua incapacidade para o diálogo e à morosidade habitual da justiça. Como está escrito no comunicado à imprensa (
http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com/2005/09/mais-amarelo-e-menos-verde-os-percalos.html ) a propósito da inauguração da Linha Amarela do Metro
«O momento deveria ser de puro regozijo - não fosse recordarmos com tristeza os prejuízos ambientais e urbanísticos que obras mal planeadas e mal conduzidas trouxeram à cidade. (...) A Campo Aberto, a ARPPA e as restantes associações (...) que com elas partilham esta causa esperam que estas entidades** cumpram o seu dever e travem a desastrosa requalificação em curso no coração do Porto. Pois se isso não acontecer, a cidade e o país, com esta nova linha amarela, têm todas as razões para ficarem amarelos de vergonha. »
Continuando a guardar a sua resposta
Manuela D. L Ramos
** Entidades a quem foram enviadas queixas e exposições escritas:
Provedor de Justiça, Ministério Público, Inspecção Geral do Ambiente ,Presidente da Câmara do Porto, Governo, Assembleia da República, Presidente da República. )

20.9.05

"Que cidade vamos ter?"

O ambiente, a qualidade de vida e o urbanismo
perante o futuro do Porto
debate com os candidatos à presidência da Câmara Municipal do Porto
Sexta-feira no dia 23 de Setembro, às 21H30, auditório do Instituto Superior de Engenharia do Porto-ISEP (Rua António Bernardino de Almeida, ao Hospital de São João).
Confirmadas as presenças dos cabeças de lista do PS, CDU e BE; a coligação PSD/CDS far-se-á representar
Iniciativa conjunta das seguinte associações cívicas activas na região do Porto nos domínios do ambiente e do urbanismo: Associação dos Amigos do Rio Ovelha, Associação dos Amigos do Mindelo, Associação para a Defesa da Praia da Madalena, APRIL, Campo Aberto, FAPAS, GAIA, NDMALO, Olho Vivo e Quercus
Mais informações aqui e aqui.

Foto antiga # 8

A Avenida dos Aliados à noite

Não chega discordar -é preciso assinar!



Ainda não assinou o Manifesto? Envie um mail para portoaliados@sapo.pt , pedindo informações. Pode também, se quiser, colaborar na recolha de assinaturas.

Em breve entregaremos as assinaturas entretanto recolhidas (o número já ronda as 6000) ao Sr. Presidente da Câmara, que continua sem responder aos nossos apelos.
Porque será? Não lê blogues? Não fazemos ideia; mas é certo que recebe correio e a exposição escrita enviada em Maio, as assinaturas entregues na Assembleia Municipal em Junho, e uma carta solicitando uma audiência datada de princípio de Setembro ficaram todas sem resposta.

19.9.05

Foto antiga # 7

.

Foto enviada por um leitor aliado.

Foto antiga? Nem tanto. Será dos anos oitenta. Talvez nas férias de Natal: um passeio na Avenida, numa ida à Baixa, às compras.

A propósito deste tipo recordações ler um comentário enviado para aqui

18.9.05

O que dizem os candidatos: Franscisco Assis

Francisco Assis em entrevista no Público de hoje, edição impressa

«Vai dar continuidade ao projecto da Avenida dos Aliados?
Não podemos estar a interromper todos os projectos que vêm de trás, sob pena de criarmos uma instabilidade absurda.
Tenho dúvidas sobre a forma como o projecto avançou, mas sou sensível aos argumentos dos arquitectos e estou expectante em relação ao resultado final. Quero mudar o que for preciso mudar, mas não vou demonizar aqueles que me antecederam nem dizer que comigo começa o ano zero.»

"(...) sou sensível aos argumentos dos arquitectos..." !? Quais e porquê?
E não está sensível aos argumentos de quem contesta o projecto? Faltou dizer justamente isso, acrescentar: ... mas estou também muito sensível aos argumentos de quem não quer ver o património da sua cidade destruído....
Era a frase que faria a diferença. Porque isto da vénia aos arquitectos estamos nós fartos!

E já agora: está mesmo a par de todo o processo? Tem conhecimento dos atropelos à lei? Das queixas e exposições feitas? Olhe que os argumentos dos arquitectos deixam muito a desejar e já foram rebatidos, principalmente aquilo da uniformidade... Claro que há a "coroa de glória" (como proclamou Souto Moura na Assembleia Municipal) mas essa motivação não se pode considerar propriamente um argumento.

"Quero mudar o que for preciso mudar..."
Vá lá. Há uma réstea de esperança.

É o que se chama "uma no cravo e outra na ferradura", mas assumindo que a ferradura é a parte da nossa causa, sabe a pouco, sabe a muito pouco este discurso cauteloso, "político".
......
Desconfio que estas declarações vão desiludir muita gente, a começar por pessoas que, por exemplo, vão estar hoje como convidados intervenientes no colóquio de encerramento do Forum Cidade do Porto e que subscreveram o Manifesto. Querem nomes? Aqui ficam alguns:
Pedro Bacelar de Vasconcelos - Candidato à Presidência da Assembleia Municipal do Porto
Rio Fernandes - Prof. Catedrático de Geografia
Teresa Andersen – Directora do curso de Arquitectura Paisagística da FCUP
Braga da Cruz – Prof. Catedrático da FEUP, Deputado

(...)

17.9.05

Frase #12

«A Campo Aberto, a ARPPA e as restantes associações (...) que com elas partilham esta causa esperam que estas entidades* cumpram o seu dever e travem a desastrosa requalificação em curso no coração do Porto. Pois se isso não acontecer, a cidade e o país, com esta nova linha amarela, têm todas as razões para ficarem amarelos de vergonha. »

*Entidades a quem foram enviadas queixas e exposições escritas: Provedor de Justiça, Ministério Público, Inspecção Geral do Ambiente ,Presidente da Câmara do Porto, Governo, Assembleia da República, Presidente da República.

in Mais amarelo e menos verde: os percalços do Metro
Comunicado à imprensa, 16 de Setembro de 2005

Frase # 11

«É de um autismo preocupante que, em vez de admitirem rever o projecto, a Câmara e a Metro do Porto insistam em executá-lo - informando, como quem dá uma boa nova à cidade, que as obras, paradas há já algum tempo, avançarão conforme o previsto logo que seja possível adjudicá-las.»
in Mais amarelo e menos verde: os percalços do Metro
Comunicado à imprensa, 16 de Setembro de 2005

Frase # 10

«O momento [inauguração da linha amarela do metro] deveria ser de puro regozijo - não fosse recordarmos com tristeza os prejuízos ambientais e urbanísticos que obras mal planeadas e mal conduzidas trouxeram à cidade.»
in Mais amarelo e menos verde: os percalços do Metro
Comunicado à imprensa, 16 de Setembro de 2005

"Mais amarelo e menos verde: os percalços do Metro"

Comunicado à Imprensa, 16 de Setembro de 2005

«É amanhã inaugurada a linha amarela, parte fundamental da rede do Metro, que vai ligar, num percurso de quase seis quilómetros, o centro de Gaia ao pólo universitário e hospitalar da Asprela, no Porto. O momento deveria ser de puro regozijo - não fosse recordarmos com tristeza os prejuízos ambientais e urbanísticos que obras mal planeadas e mal conduzidas trouxeram à cidade: na Asprela houve abate de árvores em grande escala, condimentado pelos inevitáveis descuidos que não pouparam três sobreiros; o Jardim do Marquês, esventrado por obras e convertido em estaleiro, ficou em estado lastimável; e, na Avenida dos Aliados, há a acrescentar, ao abate de árvores e destruição do jardim, a ameaça de uma requalificação descaracterizadora feita contra a vontade expressa dos cidadãos.

A rejeição pelos cidadãos da nova roupagem com que querem vestir o conjunto Avenida dos Aliados / Praça da Liberdade manifestou-se eloquentemente num encontro, realizado em 6 de Julho de 2005 na Fundação Eng. António de Almeida e promovido por várias associações cívicas (ARPPA, APRIL, Campo Aberto, GAIA, Olho Vivo, Quercus Porto) , que reuniu cerca de trezentas pessoas, e na adesão de quase seis mil pessoas aos vários abaixo-assinados de protesto que têm circulado.
A Avenida dos Aliados é um lugar de memórias e de afectos. Com a violenta transformação que já se adivinha no local (perda dos canteiros floridos e substituição da calçada de calcário e basalto por granito), as pessoas sentem-se espoliadas na sua vivência da cidade. É de um autismo preocupante que, em vez de admitirem rever o projecto, a Câmara e a Metro do Porto insistam em executá-lo - informando, como quem dá uma boa nova à cidade, que as obras, paradas há já algum tempo, avançarão conforme o previsto logo que seja possível adjudicá-las.

Para além das razões afectivas e patrimoniais - pois o que de facto se planeia é a destruição definitiva, com o aval do IPPAR, de um conjunto que está em vias de classificação desde 1993 -, a solução proposta está longe de contribuir para a revitalização do centro da cidade. A substituição de canteiros por pavimento, e da calçada de cor clara por granito cinzento; a placa de betão que, de tão perto que fica da superfície, não deixa profundidade de solo bastante para crescerem árvores com algum porte na zona central da avenida; o trânsito automóvel, que se mantém com três vias de cada lado e os atravessamentos na placa central: tudo isto agravará as condições ambientais do local, transformando aquilo que foi um passeio público e lugar de encontro num simples separador central. (É de assinalar que, no parecer do IPPAR, datado de 6 de Julho de 2005, se considera que os atravessamentos rodoviários contribuem para manter o seccionamento de um espaço que o projecto, alegadamente, quer transformar num todo coerente.)

Finalmente, há as questões legais. Já é grave que a Metro do Porto, extravasando das suas atribuições originais (que são a de construir uma rede de metro e as respectivas estações), se comporte como um verdadeiro pelouro de urbanismo paralelo, não sujeito (como estão os executivos municipais) ao controlo democrático; pior ainda é a impunidade com que faz tábua rasa da lei.
No caso da Avenida dos Aliados, ao ter sido dado início a um projecto com «impacte relevante no ambiente ou nas condições de vida das populações ou agregados populacionais» sem a prévia «audição dos cidadãos interessados e das entidades defensoras dos interesses que possam vir a ser afectados», foi violado o artigo 4.º da Lei n.º 83/95, que estabelece o dever de prévia audiência da população na «preparação de planos e na localização ou realização de obras e investimentos públicos».
Muito grave foi também a violação do Decreto­Lei n.º 186/90, de 6 de Junho, ao abrigo do qual foi realizada a Avaliação do Impacte Ambiental do Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto. O parecer final do Processo de Avaliação, datado de Abril de 1998, faz depender a aprovação do projecto do cumprimento das diversas medidas mitigadoras recomendadas no Estudo de Impacto Ambiental. Entre as medidas avulta, no caso da Av. dos Aliados, a «recuperação do jardim após a conclusão do empreendimento, repondo­se, tanto quanto possível, a situação inicial». Como o projecto prevê, entre outras alterações marcantes, a abolição dos canteiros ajardinados e a substituição do calcário e basalto por granito, é flagrante que essa recomendação foi ignorada.
Todas estas questões motivaram já queixas - ao Provedor de Justiça, ao Ministério Público, ao Comissário Europeu do Ambiente, à Inspecção Geral do Ambiente - e exposições escritas - ao Presidente da Câmara do Porto, ao Governo, à Assembleia da República, ao Presidente da República. A Campo Aberto, a ARPPA e as restantes associações, acima nomeadas, que com elas partilham esta causa esperam que estas entidades cumpram o seu dever e travem a desastrosa requalificação em curso no coração do Porto. Pois se isso não acontecer, a cidade e o país, com esta nova linha amarela, têm todas as razões para ficarem amarelos de vergonha.

Contactos
Campo Aberto - Paulo Ventura Araújo
ARPPA - Dulce Almeida»


Publicado em 17 de Setembro no blogue da Campo Aberto

"Tout est bien dans le meilleur des mondes..."

Inauguração da linha amarela do metro:
Confesso que não tive pachorra para ver os intermináveis quarenta e tais minutos dos noticiários (após os outros tantos minutos da interessante reportagem sobre a recuperação da Ponte D.Luís)- mas de acordo com as estações de TV principais e segundo me pude aperceber no tempo inicial dedicado à inauguração da linha amarela, exceptuando o desagrado manifestado pelo preço dos bilhetes, não houve referência nenhuma às contestações que esta linha tem provocado, nomeadamente no que se refere à destruição patrimonial e ambiental.

Será que o Sr. Presidente da CÂmara Municipal do Porto serviu de cicerone ao Sr. Ministro das Obras Públicas e à Sr. Secretária de Estado dos Transportes numa visita à "requalificação" da Avenida dos Aliados, projecto de que tanto se orgulha?

15.9.05

Foto antiga # 6

Praça da Liberdade e Avenida (anos ? ) - postal de colecção particular
Antigamente eram os eléctricos que faziam fila, agora são os autocarros e no futuro?

14.9.05

A reler

Vale a pena reler o texto de Teresa Andresen "Silêncio: a obra vai começar!" que saíu no Público-Local em 22 de Março, na altura transcrito num comentário a "Sizentismo" (do PauloV. Araújo), a reler também. E já agora, também no espaço dos comentários, não perca Os alfaiates do Rei de João Medina ;-)

Nos jornais- "Parlamento vai debater obras nos Aliados"

Jornal de Notícias- 14.09.05
«A petição contra as obras de requalificação da Avenida dos Aliados, no Porto, já foi assinada por mais de cinco mil subscritores e enviada para o Parlamento. De acordo com a lei do Exercício do Direito de petição, a matéria vai subir a plenário.

Representantes de três associações ambientais e culturais foram ontem ouvidos na Comissão de Educação, Ciência e Cultura. Os deputados receberam a documentação em Julho e ontem ouviram Paulo Araújo*, Isabel Branco** e Dulce Almeida*** questionarem a legalidade do projecto da Metro do Porto, aprovado pela Câmara Municipal, por desrespeitar o estudo de impacte ambiental e violar a legislação sobre a audição dos cidadãos em intervenções relevantes. O presidente da comissão, o socialista António José Seguro, avisou, no entanto, os subscritores que naturalmente o Parlamento não poderá interferir nos procedimentos da autarquia.

A deputada socialista Manuela Melo é a relatora do relatório que será aprovado na próxima reunião da Comissão, na terça-feira, e será depois enviado para o presidente da Assembleia da República, que proporá o seu agendamento em plenário.

"É a nossa praça"

Os deputados Sérgio Vieira, do PSD, e Jorge Machado, do PCP, questionaram se a petição estava a ser debatida na comissão correcta, já que o tema envolve as obras públicas e um estudo de impacte ambiental. Os subscritores tentaram explicar aos parlamentares que a questão começou por ser cultural e que só depois se depararam "com as ilegalidades no processo". Depois, frisou Isabel Branco, sendo a Avenida dos Aliados um símbolo da cidade "mais do que questões estéticas são emocionais".

"É o local onde se celebra as alegrias e se manifesta as contestações e é na nossa praça que isso se faz. E se está feia é daquilo que nós gostamos", garantiu Isabel Branco, sublinhando que o número de subscritores foi recolhido em menos de três meses, durante as férias de Verão.

As associações aguardam ainda resposta do Ministério Público e Inspecção Geral do Ambiente pelas queixas apresentadas. Tanto a petição como a documentação recolhida foi também enviada para o Presidente da República, os ministros do Ambiente, e das Obras Públicas e para o comissário europeu do Ambiente. (ler Av. dos Aliados - queixas ao Governo português e a Bruxelas)

Legalidade do projecto questionada
Os subscritores da petição questionam a legalidade do projecto. Aos deputados garantiram que a discussão pública, feita em 1998, se reportava a toda a rede do metro, não estando previstas as obras de requalificação e que o estudo de impacte de ambiental é ignorado.

"Como é que uma empresa que tem por incumbência a construção da rede do metro pode apresentar um projecto de remodelação urbanística?", interrogou Paulo Araújo.

De acordo com Dulce Almeida, a empresa deparou-se com algumas "surpresas" na Avenida dos Aliados que "obrigaram à realização de um segundo projecto" além da substituição da calçada portuguesa por granito, as árvores são todas removidas e o passeio central é "substancialmente reduzido" para se manterem as três faixas de rodagem. O problema, insistiram, é que o estudo de impacte ambiental obriga à preservação dos jardins. »

*Paulo Ventura Araújo, da direcção da Campo Aberto (prof. da FCUP)
**Isabel Branco Martins, da direcção da APRIL (profª do ISEP)
*** Dulce Almeida, da direcção da ARPPA (ler Opinião #2: "Avenida dos Aliados: cá se fazem, cá se pagam")

O Público (edição impressa) também traz uma notícia sobre esta audição na Comissão de Educação, Ciência e Cultura (A petição: Cidadãos do Porto contestam projecto urbanístico do Porto, p. 15). Lamentam-se algumas incorrecções nomeadamente na identificação da ONG a que pertence a arquitecta Dulce Almeida.

12.9.05

A fonte da Avenida

Apresentação do projecto de requalificação da Avenida dos Aliados :
projecção de fotografia da Fonte de Médicis,
(Jardins de Luxemburgo em Paris).


«Fonte com traço de Siza
No remate da placa central, confrontando com a plataforma em calcário e basalto em que assenta a estátua de Almeida Garrett, segundo desenho do arquitecto Fernando Távora, será construída uma fonte concebida expressamente para o efeito por Álvaro Siza Vieira, que ficará rodeada de bancos, cadeiras e seis fileiras de árvores.

Foi inspirada no modelo da La Fontaine Médicis. Instalada nos jardins do Luxemburgo em Paris. Na opinião do seu criador, a nova fonte cumprirá um função significativa na definição do espaço em que ficará instalada e responderá satisfatoriamente às dificuldades rpopostas pela declive local.»
(Imagens e texto transcritos da revista oficial da CM - Porto Sempre nº8 - Abril/2005

A possibilidade da construção de uma fonte na Avenida já tinha sido anteriormente anunciada na mesma revista (Porto Sempre), no seu nº 5, em Julho/2004
«Avenida dos Aliados -poderá ter uma fonte
O Presidente da CMP pediu ao arquitecto Souto Moura, responsável pela requalificação da Avenida dos Aliados, que estude a possibilidade de aí ser instalada uma fonte.
Esta decisão do autarca ficou a dever-se ao facto de a Avenida dos Aliados - a principal sala de visitas da cidade -constituir um símbolo de celebração e exaltação colectivas, já que sempre foi aí que o longo dos tempos, a população do Grande Porto confluíu para celebrar, em uníssono, eventos importantes. A História, mesmo a mais recente, está recheada de diversos desses exemplos, tais como a celebração do 1º de Maio em democracia, a manifestação ao IV Governo Provisório, ou as mais recentes vitórias do FC do Porto e da selecção Nacional.
A Fonte, imagem evocativa de projecção da alegria comungada pela comunidade portuense, constituirá,por certo, mais um elemento iconográfico importante numa Avenida já de si carregada de fervores tripeiros e da persistência das memórias do orgulho português.»
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O que diz o parecer do IPPAR sobre a fonte:
«(...) A manutenção dos múltiplos cruzamentos rodoviários da nova placa central conduzem inevitavelmente à manutenção do seccionamento do espaço, aspecto bem patente na planta e nos perfis apresentados. Acresce ainda que a preservação das características actuais da praça Humberto Delgado, a introdução de um elemento escultórico de água e a nova arborização reforçam essa individualização. (...)»

« (...) A implantação de uma fonte, colocada axialmente na parte superior da Avenida, introduz um elemento novo, em relação a composição urbanística existente, que se julga opção aceitável, conjugada com o reforço de arborização proposto para essa área, funciona como fecho superior da avenida, separando formalmente este espaço contínuo da praça Humberto Delgado que se assume, definitivamente, como um espaço de aproximação ao edíficio da Câmara Municipal (...)

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Segundo alguns especialistas a placa de betão fica tão perto da superfície que não deixa profundidade de solo bastante para crescerem árvores com porte razoável.

11.9.05

Frase # 9

«"A Avenida não há-de ser muito diferente, até porque não fazia sentido, estando integrada num centro histórico que é Património da Humanidade". »
Álvaro Siza Vieira (20 de Agosto de 2004) em notícia transcrita aqui

10.9.05

Frase # 8

«(...) Os Aliados não têm nenhum problema urbanístico sério nem nenhuma fraca utilização social, têm um problema imobiliário com a desocupação de parte dos edifícios que os bancos abandonaram. É um problema grande mas não é o mesmo, nem justifica que se legitimize uma intervenção destas.»
FRAntunes comentando o parecer do IPPAR

Mais comentários sobre o mesmo parecer

Foto antiga # 5

Praça da Liberdade (anos ? ) - postal de colecção particular
«A actual Praça da Liberdade designou-se primitivamente por Casal ou Lugar de Paio de Novais, Sítio ou Fonte da Arca, denominando-se, mais tarde, por Quinta, Campo ou Sítio das Hortas. Foi ainda Lugar ou Praça da Natividade, Praça Nova das Hortas, Praça da Constituição e de D. Pedro IV e, mais recentemente, Praça da República. (...)»
(in "Nota Histórico-Artistica" da Praça e da Avenida que "estão" em vias de classificação desde 1993, no site do IPPAR)

Como comenta aqui Alexandre Borges Gomes «Ao menos do parecer do IPPAR - que obviamente não acha o projecto grande coisa - tira-se uma pequena conclusão: o quadrúpede com o seu real cavaleiro fica quieto. Era bom que outros, bípedes neste caso, lhe seguissem o exemplo.»

A propósito ler também: A estátua de D. Pedro IV na Praça da Liberdade , "...por que razão a estátua do famoso cavalo real tem de estar de costas para a Avenida..." e Opinião # 9- "Acima a Baixa (3)"

9.9.05

Resultados das cartas/queixas e dossiers enviados

-apenas o Ex. mº Sr Provedor da Justiça se dignou responder (ver Provedor de Justiça responde à Campo Aberto a propósito do caso "Av. dos Aliados" 29.6.05)

  • Como consequência da Carta enviada ao Ministério Público (8.7.05) e das queixas ao Governo português e a Bruxelas (14.07.05) (Cartas enviadas ao Ex mºs Srs. Presidente da República; Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional; Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações; Ministro dos Assuntos Parlamentares; Presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura; Comissário Europeu do Ambiente )

-uma comissão de avaliação da Inspecção-Geral do Ambiente virá investigar (supomos) o não cumprimento das recomentações do EIA (notícia aqui e aqui)

-no próximo dia 13 estão marcadas uma audiência com a Exmª Srª Secretária de Estado dos Transportes e uma audição na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.

Arquivado em CARTAS/QUEIXAS ENVIADAS ; outros ÍNDICES

Subscritores do Manifesto (via Internet) actualização

Ver lista das assinaturas via internet- actualizada
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Já mais de 5000 pessoas apoiaram e assinaram este Manifesto , mas muitíssimas mais, apesar de não concordarem com a "desqualificação" em curso, ainda não se manifestaram.

"Não chega discordar é preciso assinar"! Exprima o seu desacordo através do mail portoaliados@sapo.pt , ou assine no papel (peça informações través do mesmo mail).

Foto antiga # 4

Praça da liberdade e da Avenida dos Aliados ( anos?)
( Postal antigo de colecção particular)

8.9.05

Comentários sobre o parecer do IPPAR

Nos jornais-"Inspecção-Geral do Ambiente investiga Metropolitano do Porto"

No jornal de distribuição gratuita metro(portugal)


O texto não transmite nenhuma novidade mas regozijamo-nos pela sua publicação pois não abunda a informação sobre este assunto na comunicação social (então a nível de reportagens radiofónicas e televisivas acho que o cômputo é zero!) e acaba por ser uma síntese das últimas notícias.
(Lamenta-se todavia a não referência ao facto da recolha de assinaturas continuar* , a informação sobre o número entretanto ja recolhido (mais de 5000), e a ausência de indicação do url deste blogue. )


*Já agora... se não assinou o Manifesto ainda está em muito boa hora de o fazer...

Opinião #12 -"O parecer do IPPAR"

Por Mário Pessegueiro –Arquitecto

«O parecer do IPPPAR sobre a intervenção na Av dos Aliados revela duas coisas muito claras:

1º - Este organismo até não concorda muito ou mesmo nada com o projecto de remodelação da Avenida, pois indica argumentos suficientes para um chumbo claro e inequívoco.
Mas como se trata de algo da autoria Siza e Souto Moura o IPPAR não teve a coragem suficiente para o indeferir. Isto faz lembrar há uns anos atrás o medo que a Câmara de Lisboa tinha em chumbar os projectos de Tomás Taveira. Os arquitectos da Câmara nem se atreviam a indeferir as imensas pretensões do viril arquitecto.

2º O "parecer" do IPPAR reforça ainda a ideia de que o projecto para aquele local é francamente mau. Na verdade parece ser claro que o que é retirado daquela praça, não tem contrapartidas enriquecedoras do espaço urbano . Resume-se a um laguinho na zona superior da Avenida e ao alargamento dos passeios por imposição da localização dos acessos ao metro.
Não se vê nesta intervenção argumentos arquitectónicos para que esta ampla praça se torne um local de "reunião" da população ou um pólo que convide à fixação dos utentes. Vai parecer mais um mero lugar de passagem, inócuo e pouco condizente com as felizes intervenções europeias em praças equivalentes.
Por fim, fala-se ainda muito na inversão da estátua de D. Pedro como se fosse um acto sublime de arquitectura.

Pois bem, com este parecer o IPPAR revela que não é isento nem um orgão independente, estando sujeito às mais mesquinhas pressões culturais ou políticas, quer vindas da C. Municipal (caso da Av dos Aliados), quer vindas do Governo central (caso da Rua de Ceuta).»

Mário Pessegueiro -Arq.
(ver também Opinião # 11: AV. dos ALIADOS- MEMÓRIA DE UM LUGAR )

Outros comentários sobre o parecer do IPPAR

7.9.05

Nos jornais... há um ano #2

«Aliados parecidos
(...) Apesar do futuro da Avenida dos Aliados continuar incerto, o projecto de Souto Moura, com a colaboração de Siza Vieira, não prevê grandes diferenças relativamente à situação actual: "A Avenida não há-de ser muito diferente, até porque não fazia sentido, estando integrada num centro histórico que é Património da Humanidade".
O trabalho deverá ser de recuperação, ao nível do que está a ser feito na Rotunda da Boavista, num projecto também de Siza Vieira. "Deverá ser limpa e trabalhada, sem publicidade selvagem, sem canteiros e canteirinhos. Mas não é uma proposta altamente transformadora", diz Siza Vieira, remetendo mais esclarecimentos para Souto de Moura. (...)»
Notícia saída no Comércio em 20 de Agosto de 2004 e reproduzida aqui no SkyscraperCity Forums
Anterior... da mesma série ;-(

Excerto #1

«Se a opção do projecto passa par uma solução de alameda e afirmação de avenida através do reforço de um eixo, opção essa aceitável, então alguns aspectos poderiam ser ponderados no sentido de conferir maior coerência a essa opção uma vez que se afigura que a individualização des espaços se mantem. A manutenção dos múltiplos cruzamentos rodoviários da nova placa central conduzem inevitavelmente à manutenção do seccionamento do espaço, aspecto bem patente na planta e nos perfis apresentados. Acresce ainda que a preservação das características actuais da praça Humberto Delgado, a introdução de um elemento escultórico de água e a nova arborização reforçam essa individualização.»
Amândio Dias, Arqto in Parecer do Ippar

Nos jornais- "Ippar aponta falhas na obra dos aliados"

por Andrea Cunha Freitas (no Público Local de hoje)

«O instituto aprovou a obra de "inserção urbana" quando esta já estava em curso
O facto de persistirem ainda "diversos atravessamentos perpendiculares" ou a opção de substituição do calcário por granito nos passeios são algumas das soluções previstas na obra de renovação urbana da Avenida dos Aliados que o Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar) questiona no parecer favorável à intervenção.

As reservas expressas pelo instituto não justificaram, no entanto, o chumbo do projecto de Siza Vieira e Souto Moura. De acordo com o parecer do Ippar, divulgado ontem pelo movimento que contesta a intervenção, em http://avenida-dos-aliados-porto.blogspot.com , a chegada do metro e a construção de uma estação na Avenida dos Aliados "criou, em boa hora, a oportunidade de ser reequacionado todo o arranjo urbanístico deste espaços que se encontram degradados, seja do ponto de vista urbanísitico, seja do ponto de vista da sua utilização social".
O texto, assinado pelo chefe de Divisão de Salvaguarda, Miguel Rodrigues, refere também que a proposta de Siza Vieira e Souto Moura "pretende resolver alguns dos problemas observados, através do reforço do carácter da alameda do conjunto Praça da Liberdade-Avenida dos Aliados". No entanto, e apesar do reconhecido esforço em impor nesta área uma "maior qualidade, homogeneidade e coerência", o Ippar nota que "ainda permanecem diversos atravessamentos perpendiculares à avenida que poderiam, eventualmente, ser evitados".
Quanto à substituição do calcário por granito nos passseios, o parecer enumera uma série de possíveis inconvenientes, mas acaba por ceder e aceitar a opção. Assim, o Ippar admite que esta proposta para a calçada não é "obviamente uma solução pacífica" e considera ainda que "constitui, efectivamente, motivo de reflexão, já que a sua utilização confere aos espaços uma luminosidade que agora se vai alterar radicalmente, devendo, portanto, ser devidamente equacionada". "Consiste, no entanto, numa opção de base dos projectistas, indispensável à coerência do presente projecto e que portante se julga ser de aceitar".
Apesar de apenas ter sido enviado o projecto de execução referente à primeira fase da intervenção (entre os passeios norte-nascente e norte-ponte da avenida), e isto já quando a obra estava em andamento, o Ippar adianta que a análise "assenta na globalidade do projecto", dado já ter conhecimento do Estudo Prévio. »

Praça Humberto Delgado


Praça General Humberto Delgado (ver fotografia aérea do conjunto Pr. Humberto Delgado/Av. dos Aliados/ Pr. da Liberdade)
Para muitas pessoas o nome desta bela Praça onde se encontra a estátua de Almeida Garrett* é desconhecido e igorada a sua autoria: do decano da arquitectura portuguesa, Fernando Távora recentemente falecido (e cuja obra mais polémica é hoje , pelos piores motivos, notícia do Jornal).
Se em algum lado existe uma placa semelhante à que se pode encontrar na Avenida dos Aliados , com o símbolo de "World Heritage/Património Mundial/Patrimoine Mondial"e um resumo histórico do local, passa completamente despercebida.
Há pouco mais de um ano foi chumbada a construção de um parque de estacionamento e outras "comodidades" subterrâneas, salvando-se muito provavelmente assim os belos pinheiros (Pinus pinea) que tão mansamente enquadram a Praça. Segundo notícia então publicada no site oficial da câmara, todas essas construções não iriam prejudicar a traça original da Pr. General Humberto Delgado.

(É lamentável e incompreensível que essa preocupação com a traça original não tenha de todo apoquentado os responsáveis pelo crime de lesa património que se está a perpetrar nos Aliados, com o aval favorável de quem supostamente está em funções com o objectivo de o preservar e valorizar (o património).

* da autoria do escultor Barata Feyo e inaugurada em 1954
. (publicado também no Dias com árvores)

5.9.05

O parecer do IPPAR

Transcrição do parecer do IPPAR sobre a intervenção na Praça da Liberdade, Avenida dos Aliados e Praça Humberto Delgado.
Nota: Os "hiperlinks" são todos da minha responsabilidade (e quem não quiser ou não gostar não os utilize)
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« (...) Comunico a V.Exª que por despacho do Sr(a) Presidente de 06/06/2005 foi emitido parecer favorável sobre o processo acima referido, de acordo com os termos da informação em anexo.
A presente apreciação fundamenta-se nas disposições conjugadas da legislação em vigor, nomeadamente nos artigos
43.º, 45º, 51.º e Artigo 60º da Lei n.º 107/2001 de 10-09-2001 ; Artigos 18º, nº 2, 19º e 37º do DL 555/99 de 16 de Dezembro mas com a redacção dada pelo DL 177/2001 de 4 de Junho ; Título IV do RGEU e arigos Artigos 2º nº2 alínea f) e e 25 nº3 alínea e) do DL 120/ 97 de 16 de Maio

Com os melhores comprimentos
O Director Regional do Porto -Lino Augusto Ferreira
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(A informação em anexo)
Assunto: Inserção urbana na Praça da Liberdade, Avenida dos Aliados e Praça Humberto Delgado, no Porto.
Requerente: SOUTO MOURA- Arquitectos, Ldª
Local: Praça da Liberdade, Avenida dos Aliados e Praça Humberto Delgado
Servidão administrativa: Conjunto da Praça da Liberdade, Avenida dos Aliados e Praça Humberto Delgado, em vias de Classificação por despacho de 93.09.28
Inf. Nº: S2005/118222 (C.S:334972)
Nº Proc.: DRP-DS/2005/13-12/13021/POP/10767 (C.S.:57891)
Data Ent. Proc.: 04/05/2005
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Director(a) Regional Lino Augusto Tavares Dias a 06/06/2005
Proponho a emissão de parecer favorável
À consideração superior
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.
A abertura da Av. dos Aliados coincide com a demolição do antigo edificio da Câmara Municipal e o início da construção do actual edifício municipal, nas primeiras décadas do séc. XX.
0 projecto, partindo da configuração já então existente da Praça do Município (Praça da Liberdade), traçou uma Avenida que se estende para Norte e que termina configurando uma nova praça (actual Humberto Delgado) encabeçada pelo novo edifício municipal. Estes espaços vão-se constituir, ao longo de todo o seculo XX como o principal espaço cívico da cidade, pelo que qualquer intervenção no novo séc. XXI, constitui, evidente e felizmente, factor de controvérsia e análise nos principais fora da cidade.
Os edifícios que ao longo das décadas de 20 e 30 foram construidos, balizando a Avenida, constituem-se como um conjunto coerente de influência revivalista.
O conjunto urbanistico constituido pela Praça Humberto Delgado/ Av. dos Aliados/ Praça da Liberdade e pelos edifícios que as enquadram encontra-se em vias de classificação, por despacho do Presidente do IPPAR datado de 28.09.1993.

A construção, ainda em curso, de uma estação de metro sob a placa central da Av. dos Aliados e a necessidade de implantar duas saidas /acessos a estação nos passeios laterais, obrigando a alterações nas dimensões dos passeios laterais, placa central e faixas de rodagem, criou, em boa hora, a oportunidade de ser reequacionado todo o arranjo urbanístico destes espaços que se encontram degradados, seja do ponto de vista urbanístico seja do ponto de vista da sua utilização social.

Nesse sentido, a Metro do Porto convidou os arquitectos Alvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura a apresentação de uma proposta de renovação urbana do conjunto Praça da Liberdade / Av. dos Aliados.
O projecto agora em apreciação, da autoria daqueles arquitectos, propõe alterações ao conjunto praça da Liberdade/ Av. des Aliados, nomeadamente:
-dimensões dos passeios laterais e da placa central
-formato das placas centrais-colocação de 2 saídas/acessos à estação subterrânea de Metro, nos passeios laterais
-diminuição da áreas de estacionamento automóvel na Praça da Liberdade
-construção de uma fonte, colocada axialmente, no extremo Norte da placa central da Av. da Liberdade
-renovação e reforço do revestimento arbóreo
-alteração dos pavimentos através da substituição dos actuais revestimentos em calcário e basalto, nos passeios e placas centrais, por pavimentos em cubos de granito formando desenhos e a substituição do asfalto, nas faixas de rodagem, par paralelepípedos de granito.

Analisando a actual composição de vias, passeios, espaços verdes e arborizados do conjunto Liberdade/Aliados/H. Delgado, verifica-se que é um conjunto tratado de forma descontínua, assumindo-se a Praça Humberto Delgado como o espaço que possui maior coerência formal.
Deste conjunto destaca-se negativamente a Praça da Liberdade , cuja composição de pavimentos sofreu, ao longo do séc. XX variadas alterações, nomeadamente ao nível da placa central proliferando áreas de estacionamento desregrado e verificando-se uma acentuada degradação das espécies arbóreas.

A proposta procura resolver alguns dos problemas observados, através do reforço do carácter de alameda do conjunto praça da Liberdade /Av dos Aliados, diluindo, nomeadamente através do alinhamento da placa central e dos passeios, a individualização da Praça da Liberdade. Nesse sentido também e reestruturada a arborização do conjunto no sentido de lhe conferir maior qualidade, homogeneidade e coerência. Verifica-se, no entanto, que ainda permanecem diversos atravessamentos perpendiculares à avenida que poderiam, eventualmente, ser evitados.

A solução de pavimentação agora proposta, com utilização do granito em substituição do calcário, nomeadamente nos passeios, procura conferir homogeneidade aos pavimentos que se passam a diferenciar apenas ao nível do desenho. Trata-se de uma solução que rompe radicalmente com a situação existente e que acompanha soluções deste tipo já implementadas em outros espaços públicos da cidade, nomeadamente nas praças Gomes Teixeira, Parada Leitão e Batalha
[e tb largo da Cadeia da Relação e Praça D. João I*].
A substituição das calçadas em calcário, em vários locals da cidade constitui, efectivamente, motivo de reflexão já que a sua utilização confere aos espaços uma luminosidade que agora se vai alterar radicalmente, devendo portanto ser devidamente equacionada. Não sendo obviamente uma solução pacífica do ponto de vista estético, consiste, no entanto, numa opção de base dos projectistas, indispensável à coerência do presente projecto e que portanto se julga ser de aceitar.

De acordo com a ideia de espaço central formalizada no Estudo Prévio, a localização das saídas do metro nos passeios laterais, afigura-se como a mais sensata, evitando a perturbação das placas centrais.

A implantação de uma fonte, colocada axialmente na parte superior da Avenida, introduz um elemento novo, em relação a composição urbanística existente, que se julga opção aceitável, conjugada com o reforço de arborização proposto para essa área, funciona como fecho superior da avenida, separando formalmente este espaço contínuo da praça Humberto Delgado que se assume, definitivamente, como um espaço de aproximação ao edíficio da Câmara Municipal que, julgamos, seria valorizado se tivesse mantido a escadaria frontal.

Miguel Rodrigues (Chefe da Divisão de Salvaguarda)

*[e tb largo da Cadeia da Relação e Praça D. João I] acrescentos da minha autoria (ManuelaDLRamos).
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Enquadramento da pretensão
Foi remetido a esta Direcção Regional, pela empresa Metro do Porto, S A, o projecto de inserção urbana na Praça da Liberdade, Avenida dos Aliados e Praça Humberto Delgado, no Porto.
O Projecto de Execução em questão refere-se apenas a uma primeira fase que compreende os passeios norte-nascente e norte-poente da avenida.
Constata-se que a obra já se encontra em fase de execução.

Independentemente do projecto de Execução em análise se referir apenas a uma parcela do espaço urbano das praças da Liberdade e Humberto Delgado e Avenida dos Aliados, enquadra-se na proposta global de intervenção des arquitectos Álvaro Siza e Souto de Moura, a qual, em Estudo Prévio foi, também, entregue nesta Direção Regional para análise.

Nestes termos, e face aos elementos apresentados, a análise do IPPAR assenta na globalidade do projecto, uma vez que os elementos disponíveis permitem, desde já, avaliar a intervenção pretendida, sam prejuízo, da futura apresentação do Projecto de Execução da totalidade da obra pela entidade responsável pela mesma.

Propostas de intervenção
Relativamente ao Estudo Prévio de organização do espaço da Praça da Liberdade, Avenida dos Aliados e Praça Humberto Delgado a proposta assenta numa lógica de continuidade espacial e no reforço de um eixo dominante na estruturação do espaço compreendido entre o edifício da câmara municipal e a estátua de D. Pedro IV.
O espaço actualmente existente é um somatório de três espaços urbanos diferenciados dos quais resulta um único, fruto de um conjunto de intervenções avulsas efectuadas ao longo de anos. Se a opção do projecto passa par uma solução de alameda e afirmação de avenida através do reforço de um eixo, opção essa aceitável, então alguns aspectos poderiam ser ponderados no sentido de conferir maior coerência a essa opção uma vez que se afigura que a individualização des espaços se mantem. A manutenção dos múltiplos cruzamentos rodoviários da nova placa central conduzem inevitavelmente à manutenção do seccionamento do espaço, aspecto bem patente na planta e nos perfis apresentados. Acresce ainda que a preservação das características actuais da praça Humberto Delgado, a introdução de um elemento escultórico de água e a nova arborização reforçam essa individualização.
Poderia, ainda, ser retomada a
solução primitiva de acesso ao edifício da câmara municipal através de escadaria de forma a afirmar esse eixo.
Chama-se ainda
a atenção para o facto de a estátua equestre de D. Pedro IV aparecer rodada 180°. Em reunião efectuada com o Arqto. Souto Moura foi acordado que a esta alteração da posição da estátua não seria considerada nesta fase de projecto pelo que não analisamos tal proposta.

Relativamente à intervenção nos passeios norte-nascente e norte-poente da avenida
considera-se que a intervenção relativa a pavimentação e saídas da estação de metro (escadas e elevadores ) são aceitáveis pelo que nada há a opor à emissão de parecer favorável ao Projecto de Execuçãodes passeios norte-nascente e norte-poente da avenida.

À Consideração Superior - Amândio Dias, Arqto. »
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